sexta-feira, 4 de maio de 2012

Dia das Mães... Dia da Mulher

Queria ter a audácia de Coco Chanel, que colocou calças em mulheres da década de 40 e fez com que a moda se curvasse aos seus devaneios fashion.
Queria ter a coragem de Anita Garibaldi, que aprendeu a manusear espadas e armas de fogo, para estar ao lado do amor de sua vida nos campos de batalha do sul do Brasil.
Queria ter a determinação de Elisabeth, a rainha virgem, a filha indesejada que teve a mãe decapitada pelo próprio pai, e nem por isso se deixou desviar do propósito de proteger a Inglaterra.
Queria ter o altruísmo de Irmã Dulce, a vaidade de Cleópatra, o pulso firme de Margaret Thatcher, a retidão de princípios de Joana Darc, a valentia de Maria Quitéria, a humanidade de Ana Neri, a liberdade de expressão de Simone de Beauvoir e de Tarsila do Amaral, a independência de Leila Diniz, o caráter de Heloísa Helena e a inteligência literária de Raquel de Queiroz.
Queria até mesmo ter o profundo otimismo da personagem “Poliana”, a autenticidade de Dercy Gonçalves ou o poder de sedução da Marquesa de Santos.
Me contento em ser uma simples mulher.
Daquelas que precisa de plástica em alguma parte do corpo, das que quer carinho no corpo inteiro.
Daquelas que acredita que um dia não existirá TPM nem menopausa.
E que os filhos serão seu maior tesouro.
Daquelas que precisa de terapia, depilação e férias, não necessariamente nessa mesma ordem.
Em ser aquela que batalha pelo salário, pelo lugar na fila e por vezes, para não sentir solidão.
Que acorda pensando apenas no hoje, porque é o que dá tempo.
E que dorme acreditando que aquela pessoa ao seu lado é o amor da sua vida. Mesmo que essa vida com ele nem dure muito.
Me contento em apenas querer fazer minha história valer a pena.
Mesmo que eu não pinte, não escreva, não trave guerras, não faça topless nem viva em função da humanidade.
E se um dia eu chegar a conclusão de que ainda não acertei, começo de novo.
Com audácia, coragem, determinação, altruísmo, retidão de princípios, valentia, humanidade, liberdade de expressão, caráter, inteligência, otimismo, autenticidade e poder de sedução.
Contando, acima de tudo, com o extraordinário fato de ser mulher.

Texto de minha amiga Micheline Mustafá

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