terça-feira, 14 de setembro de 2010

Poluição sonora: ah, ah, ah, ah


“Quem não está gostando que se mude”. Ultimamente, esta é uma das frases mais utilizadas no município, pelas pessoas que infringem a Lei complementar nº 041/2009 do código do meio ambiente de Feira de Santana, em especial, os proprietários de bares, casas de espetáculos e veículos. De acordo com a lei, durante o dia, o volume do som permitido é até 70 decibéis (dB). A partir das 18 horas, não poderá ultrapassar 60 dB.

Segundo os especialistas, a poluição sonora é responsável por: reações generalizadas de stress e aumento do ritmo cardíaco. É capaz de provocar aborto, impotência sexual, de interromper a digestão e causar dores no estômago, náuseas, dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade, nervosismo, insônia, perturbações auditivas graves, fadiga, redução de produtividade, aumento do número de acidentes, de consultas médicas e do absentismo. Os estudiosos também afirmam que nos locais de muito ruído é mais acentuada a presença de ratos e baratas.

No que tange ao barulho excessivo de som de carros e bares, acrescentam-se ainda como transtornos ao ser humano: o risco eminente de inimizade, agressões físicas e verbais, a obrigação de se ouvir canções indesejadas, a visualização de gestos obscenos, sobretudo, com as músicas de duplo sentido.

Nota-se que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito vêm realizando algumas ações para conter a poluição sonora, mediante programas de educação ambiental, advertência, multas, interdições, embargos, apreensões e disque denúncia: (75) 3602-4553 / 3623-3580, porém, o número de fiscais é insuficiente para atender a demanda de reclamações.

A população prejudicada sente a falta do apoio da Polícia Militar na execução desse serviço de fiscalização.
A informação na cidade é que atualmente, a polícia só oferece suporte às secretarias mencionadas, quando acontecem as blitzes. Porém, não é bem assim, visto que há um corporativismo, isto é, quando o som está acima do permitido, afetando, sobretudo, a residência de algum policial, colega, amigo, ou parente deste, verifica-se que a viatura aparece imediatamente para coibir.

Ainda com relação a policia, tem mais um agravante: muitas vezes o veículo que está executando a música - com volume alto - pertence a um policial. Se ele estiver embriagado, e aí, o que fazer? Como exigir seus direitos?

É uma pergunta que tem uma resposta polêmica. Entretanto, antes de uma norma de direito estabelecida pela(s) autoridade(s) para disciplinar a vida de uma comunidade, seria bom que prevalecesse o bom senso, a informação e a educação. As agressões ao meio ambiente precisam ser suprimidas com urgência. A luta é coletiva, mas a ação é individual. Um mundo melhor começa a partir dos princípios éticos e morais de cada pessoa.


Artigo do Jornalista Sérgio Augusto Marques.
Foto: ilustração

Um comentário:

Camila Xavier disse...

Eu sofro com meu vizinho. Ele mora na cobertura do prédio ao lado,e as vezes faz aquela "festinha na laje". Outra coisa que está incomodando são as carreatas políticas e seus carros de som.
Haja problema!